Imagine a cena: você está em sala de aula, o professor explica um conteúdo importante, mas muitos colegas estão mais atentos às telas de seus celulares. Essa situação motivou a criação da Lei 15100/2025, que trata da proibição do uso de celulares em sala de aula e reforça o papel das escolas em cuidar da saúde mental dos estudantes. Mas por que essa medida foi adotada? E como ela beneficia o aprendizado dos estudantes? Vamos explorar essas questões.
Por que proibir o celular na sala de aula?
A proibição tem como principal objetivo reduzir as distrações causadas pelos celulares. Esses dispositivos competem diretamente com o conteúdo acadêmico pela atenção dos alunos, dificultando a concentração. Estudos demonstram que o uso de smartphones em sala de aula diminui o desempenho acadêmico, aumenta os níveis de ansiedade e reduz a satisfação com a vida. Além disso, essa constante interação com o celular reforça padrões de distração, que prejudicam a retenção do conteúdo ensinado. Apenar disto, é permitido o uso em: situações de emergência, uso pedagógico, inclusão de acessibilidade, entre outros.
O que Acontece no Cérebro?
O uso de celulares ativa diferentes sistemas neuroquímicos, desencadeando respostas que afetam diretamente o comportamento. A dopamina, por exemplo, está associada ao prazer e à recompensa. Cada notificação ou interação nas redes sociais gera a liberação desse neurotransmissor, criando o hábito de verificar o celular repetidamente. Já a serotonina, relacionada ao bem-estar, é modulada pelas interações sociais online, o que pode influenciar o humor e a motivação dos estudantes.
Por outro lado, a noradrenalina desempenha um papel crucial na atenção e no estado de alerta, sendo liberada em resposta a estímulos vindos do celular. Isso muitas vezes leva os usuários a um estado de hiperexcitação, dificultando a concentração nas aulas. Além disso, neurotransmissores como o glutamato e o GABA atuam no equilíbrio entre excitação e inibição neural. Enquanto o glutamato estimula os circuitos cerebrais, o GABA reduz essa atividade, ajudando no controle de impulsos. Contudo, o uso excessivo do celular pode gerar um desequilíbrio nesses sistemas, resultando em comportamentos compulsivos e dificuldade para manter o foco.
Celular e Vício: O Cérebro Adolescente em Perigo
Adolescentes são particularmente vulneráveis a esses efeitos, pois o córtex pré-frontal, responsável pelo autocontrole e pela tomada de decisões, ainda está em desenvolvimento. Isso os torna mais propensos a comportamentos impulsivos e ao uso exagerado de smartphones. Como consequência, muitos jovens apresentam sintomas de depressão, ansiedade e até transtornos como o déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).