Imune II: Linfócitos e a Febre Contra Bactérias

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Introdução

Na primeira parte desta série, abordamos como o sistema imune responde à cicatrização de cortes (leia aqui!). Agora, na continuação, focamos em um aspecto crucial da imunologia: a resposta do corpo às infecções bacterianas. Este segmento aprofunda-se na jornada dos linfócitos no sangue, explora a complexidade da resposta inflamatória e desvenda a fisiologia da febre. Cada uma dessas etapas ilustra a sofisticação e eficácia do sistema imune na proteção do nosso organismo.

Desenvolvimento

1.Linfócitos no Sangue: Defensores Especializados

Fundamentais para a resposta imune adaptativa, os linfócitos representam uma categoria crucial de glóbulos brancos. Essas células, circulando ativamente no sangue e nos tecidos linfáticos, desempenham a função essencial de patrulhar o corpo, buscando e identificando antígenos estranhos. Dentre eles, destacam-se os linfócitos T e B. Os linfócitos T são especializados na identificação de células infectadas ou anormais e na coordenação da resposta imune celular. Por outro lado, os linfócitos B são responsáveis pela produção de anticorpos, que se ligam especificamente aos antígenos, marcando-os para destruição ou neutralização. Essa divisão de funções entre os linfócitos T e B permite uma resposta imune adaptativa altamente específica e eficaz contra uma ampla gama de patógenos.

2. A Inflamação: Uma Resposta Dupla

Ao mesmo tempo, a inflamação surge como uma resposta imediata e vital à invasão bacteriana. Esse processo começa com a vasodilatação, um mecanismo pelo qual os vasos sanguíneos se expandem, aumentando o fluxo de sangue para a área afetada. Essa expansão resulta em vermelhidão e calor, sinais visíveis da inflamação. Além disso, a vasodilatação facilita o transporte de mais glóbulos brancos e nutrientes para o local da infecção, reforçando as defesas do corpo. Paralelamente, a inflamação provoca dor e inchaço, fenômenos resultantes do acúmulo de fluidos e da estimulação de terminações nervosas na área afetada. Enquanto a dor serve como um sinal de alerta para o corpo, o inchaço é um efeito colateral do aumento do fluxo sanguíneo e da permeabilidade vascular, que permitem a migração de células imunes e moléculas para o tecido infectado ou lesionado.

3. “fisiologia” da Febre: Elevação da Temperatura Corporal

Além disso, a febre é um processo complexo que inicia quando o sistema imune detecta pirógenos. O hipotálamo, ao receber esta informação, libera prostaglandinas, alterando o ponto de ajuste da temperatura corporal. Para atingir a nova temperatura elevada, o corpo utiliza mecanismos como calafrios, vasoconstrição e aumento do metabolismo celular. A febre ajuda a combater a infecção por meio de processos como a desnaturalização de proteínas bacterianas.
Obs.: Faremos uma publicação específica para entender de maneira aprofundada como o corpo “sabe” e regula a temperatura corporal!

Conclusão

A jornada dos linfócitos pelo sangue, a resposta inflamatória complexa e a regulação precisa da febre pelo hipotálamo são apenas alguns exemplos da incrível capacidade do sistema imune de proteger o corpo contra invasores bacterianos (a resposta do corpo às infecções bacterianas). Este sistema multifacetado e dinâmico não só nos defende contra ameaças imediatas, mas também adapta e aprimora constantemente suas estratégias para garantir nossa saúde e sobrevivência a longo prazo.

Logo mais teremos nossa parte III!

Glossário

Linfócitos: Tipo de glóbulo branco que desempenha um papel central na resposta imune adaptativa do corpo. Existem diversos tipos de linfócitos, incluindo as células T e as células B, que são responsáveis por identificar e combater patógenos específicos

Pirógenos: Substâncias que podem causar febre quando liberadas no corpo. Podem ser de origem externa (como toxinas bacterianas) ou interna (liberadas pelo sistema imunológico em resposta a uma infecção). Os pirógenos agem estimulando o hipotálamo a aumentar o ponto de ajuste da temperatura corporal.

Prostaglandinas: Grupo de lipídios que desempenham um papel variado no corpo, incluindo a indução de inflamação, dor e febre. São sintetizados no local de uma lesão ou infecção e podem afetar a temperatura corporal alterando o ponto de ajuste térmico no hipotálamo.