Entre os povos indígenas da América do Norte, como os Anishinaabe, Cherokee e Haudenosaunee, a tartaruga é muito mais do que um animal. Ela carrega, em seu casco, um verdadeiro calendário lunar.
Se observarmos, veremos 13 placas centrais, que representam as 13 luas cheias do ano, e 28 placas menores ao redor, que simbolizam os 28 dias de cada ciclo lunar completo.
Esse calendário não era apenas uma forma de contar o tempo, mas sim uma bússola espiritual e ecológica. Cada lua tinha um nome, refletindo os movimentos da Terra — as colheitas, os animais, as transformações da estação e também os ciclos internos de cada ser.
No mundo moderno, vivemos desconectados desses ritmos. Medimos o tempo em linhas, metas, relógios e prazos. E, aos poucos, esquecemos que somos natureza — que nosso corpo, nossos ciclos e até nossa energia seguem as mesmas luas que brilham no céu e desenham o casco da tartaruga.
Olhar para esse ensinamento é lembrar que o tempo não é inimigo. Ele é um ciclo. Um convite para viver em harmonia, reconhecendo que cada fase — seja de crescimento, recolhimento, florescimento ou silêncio — tem seu valor.