Publicado em 1881, o livro é um marco do Realismo brasileiro. Mas, ao contrário do que você espera de um romance típico, aqui temos um narrador nada convencional: Brás Cubas, que escreve suas memórias… depois de morto. Essa perspectiva única permite a Machado de Assis criticar com sutileza a sociedade da época. Como destaca o professor Roberto Juliano, “a força da obra está na crítica feita de dentro da burguesia, explorando seu lado psicológico”.
Quem conta a história de sua própria morte?
Brás Cubas. O protagonista assume o papel de “defunto autor”, o que já dá o tom da narrativa: irônica, reflexiva e cheia de reviravoltas. Ele relembra sua vida cheia de fracassos e ambições não concretizadas, revelando o egoísmo e a hipocrisia das elites brasileiras. Segundo o Clube do Português, essa escolha narrativa permite que o personagem fale sem amarras, abusando de metáforas e ironias.
Qual a crítica escondida nas páginas?
Muito além da história de um homem frustrado, o livro joga luz sobre desigualdades de classe e contradições sociais, como a coexistência de liberalismo e escravidão. Essa crítica sutil é destacada em personagens como Dona Plácida, que representa os oprimidos, e o ex-escravo Prudêncio, que reproduz a violência que sofreu. Tudo isso, claro, com um humor afiado que só Machado poderia entregar.
Você acreditaria em um narrador morto?
Essa é a grande sacada! A morte de Brás Cubas tira qualquer filtro de suas palavras, mas também deixa o leitor em dúvida: até onde podemos confiar em alguém que não tem nada a perder? Essa ambiguidade é o que torna *Memórias Póstumas* uma obra tão instigante. E você, já se deixou levar pela narrativa de um “defunto autor”?
Fontes:
– [Guia do Estudante](https://guiadoestudante.abril.com.br)
– [Clube do Português](https://www.clubedoportugues.com.br)
– [Brasil Escola](https://brasilescola.uol.com.br)